anos 50, 60 e 70

 No início dos anos 50 um pau elétrico, uma fobica e uma dupla do barulho muda a história do carnaval. O Trio Elétrico de Dodô e Osmar esta nas ruas da cidade! Da pequena Cairu no recôncavo baiano o Brasil vê surgir o violão de Clodoaldo Brito, o Codó e sua Yayá da Bahia, Aristeu Queiroz sai de Jacobina e vai cantar no sul maravilha o seu Jangadeiro de Itapoã, Aldemar Brandão encanta a todos com suas canções que falam de nossas festas e tradições e todos cantam A lavagem do Bonfim, Anísio Silva com seu romantismo enamorado conquista corações, Alguém me Disse, Waldeck Arthur de Macedo, nosso Gordurinha diz a todo mundo que Baiano Burro Nasce Morto e Armando Sá e Miguel Brito fazem furor nos bailes de carnaval com uma Colombina que vem a ser a nossa eterna musa nas festas de Momo. Enquanto isso de Juazeiro um rapaz chamado João Gilberto, muda a história da música popular brasileira, com sua batida no violão, dando boas vindas a Bossa Nova e a moderna M.P.B. Bim Bom!

Se tudo isso não bastasse chegamos ao ano de 1960 e a Bahia resolve registrar a música produzida em seu solo, é um momento glorioso, surge a gravadora JS iniciais de seu idealizador, Jorge Santos, que registra em seu primeiro disco um grupo de jovens cantoras da cidade de Ibirataia, intituladas de As Três Baianas, que seriam no futuro o Quarteto em Cy.

O Brasil ouve e vive a Bossa Nova com João Gilberto e a Bahia ainda faz surgir para o resto do país o Governador do Teclado, Carlos Lacerda e o público aplaude e delira as composições e os dedos mágicos de nosso herói. Ah! linda Giboeirinha! É o tempo também de Alcyvando Luz, Carlos Coqueijo, Roberto Santos, Walter Levita, Jairo Simões e Oswaldo Fahel com sua Morena do Rio Vermelho e ainda a nossa musa da Bossa que a Bahia deu ao Brasil e ao mundo, a graciosa Astrud Gilberto. Os festivais de música carnavalesca tomam impulso e abraçam com aconchego a chegada de Um Rio de Lágrimas do jovem Ederaldo Gentil e sua intérprete Raquel Mendes, que juntamente com outros talentos locais fazem a história da música da baiana não parar de crescer. Que saudade do Trio Xangô, Trio Piatã, Os Imperiais, Inema Trio e do Quarteto Sanauá! Quer mais, pois, Quem Samba Fica na lembrança do querido Tião Motorista.

No ano de 1967 é tempo de Alegria Alegria para ir a um passeio Domingo no Parque, salve a Tropicália, viva Caetano Veloso, Gilberto Gil e a Baby Gal Costa, sejam bem vindos também Piti e João Augusto que já fazem desde logo sua Despedida, Fernando Lona com sua Porta Estandarte, o jovem Tom Zé indo para São São Paulo e a voz forte feito um Carcará da musa Maria Bethânia. O Brasil mudou, a música popular brasileira também e a nossa geração de ouro contribuiu decisivamente para essa mudança.

Adentramos nos anos 70, Maria Creuza, Se Todos Fossem Iguais a Você que era a preferida do poetinha Vinícius de Moraes! O Brasil inteiro canta Você Abusou com Antônio Carlos e Jocafi e saúda nossos Novos Baianos que juntos cantam e encantam É ferro na Boneca! Depois Moraes Moreira faz balançar o Chão da Praça, Pepeu Gomes embarca para o Planeta Vênus e Paulinho Boca de Cantor diz a todos que Valeu. Dessa turma ainda aparecem no cenário A Cor do Som pedindo uma Mudança de Estação. Do recôncavo ecoam arrebatadoras as vozes afinadíssimas dos Tincoãs, Heraldo, Mateus e Dadinho,Ô Deixa a Gira Girá.

Vamos todos juntos “ir ao jardim zoológico dar pipocas aos macacos” e buscar o Ouro de Tolo com o jovem e intrépido Raul Seixas, que pede passagem ao Filho da Bahia Walter Queiroz, que se junta com Walmir Lima e Lupa na Ilha de Maré, usando um Tamanco Malandrinho de Tom e Dito, afirmando com Nelson Rufino que Todo Menino é um Rei, pedindo a Edson Conceição e Aloísio Silva que Não Deixe o Samba Morrer e dançar ao som de um Ijexá com Edil Pacheco. É tempo ainda de Mercado Modelo, A Cobra Mordeu Caetano já dizia Chocolate da Bahia, sucesso de partido alto é Roque Fumaça e seus Partideiros do Plá que dão Nó na Cana e Cyro Aguiar que chega com tudo e faz sua Crítica, samba, amor e paixão, mistura perfeita. E ainda tem Zé Pretinho da Bahia na parada com seu Pagode na Ribeira e Firmino de Itapoã com seu Samba de malandro.

A noite da Bahia continua linda com suas estrelas, Miriam Tereza e a Flor da Laranjeira Claudete Macedo fazem a diferença. Das fileiras universitárias surge o canto forte da grande Diana Pequeno que o país inteiro ia admirar e aplaudir.
E dos sertões abrimos alas para Elomar e seu Campo Branco lá das Quadradas das Águas Perdidas vindas das Barrancas do Rio Gavião, Xangai com as Estampas Eucalol do jovem poeta Helio Contreiras e o balanço da rede do ABC do Preguiçoso que o povo fez e o violeiro e cantador popularizou, e ainda surge O Bendengó tendo Gereba à frente mirando onde o Olhar não não Mira, convidando Jorge Aragão a plantar um Capim Guiné com Sá e Guarabira tomando um banho no lago de Sobradinho e aplaudindo Fabio Paes numa justa homenagem, Salve Canudos! Viva nossos cantadores, heróis e sobreviventes.


Fia Nova
 Atuação entre os anos 60 e 70. Seu toque tinha influência do candomblé. Tocava de forma independente com um acento de samba. É considerado referência para várias gerações.

 
Nelson Maleiro
 Conhecido como Gigante de Bagdá, se destacou pela criação e valorização de instrumentos de percussão. Foi o criador  do bloco Cavaleiros de Bagdá, em 1959.
 
Dos mestres ás escolas percusssivas.

Filhos de Gandhy (1948) – Inicialmente comandado pelos mestres Edil Carrapato e Geraldo Macaco, o mais proeminente dentre os afoxés, que é conhecido como candomblé na rua por sua estreita ligação com esta tradição religiosa, tem como principal influência sonora o instrumento gã, que dá, a direção de ijexá, o seu ritmo.




Fonte: www.luizamerico.com.br/news/index.php?sec=ext&act=read&id=MZn9016015ee9 e Jornal atarde.

Um comentário:

  1. De bom tom registrar que, no ano de 1964, surgia, ainda timidamente, o grupo PAROANO SAI MILHÓ, que conta, hoje, com 53 anos de vida e está prestes a completar 54 carnavais (dia 9 de fevereiro).
    Composto, inicialmente, por 9 amantes da m´sucia, surgiu na Saúde. Inovou quando adotou em seu repertório músicas carnavalescas e MPB no carnaval, de forma acústica, e com arranjos próprios a três vozes.
    O seu criador, Antonio Carlos Mascarenhas, integrava esse mesmo Trio Xangô referido na matéria. Antes, ele já se apresentara na TV Itapoan, com o Duo Alvorada.
    Assim, cabe registrar que o PAROANO SAI MILHÓ, com 4 Cds gravados e um livro editado, contando a sua história, tem em seu repertório músicas de Gilberto Gil, Caetano Veloso, Chico Buarque, Toquinho/Vinícius de Moraes, Moraes Moreira/Armandinho, Dito, Jairo Simões/Jairo Mendonça, Fausto Nilo, Antonio Rizério, João Bosco/Aldir Blanc, Paulinho Camafeu/Pepeu Gomes, Edil Pacheco, Braguinha/João de Barro, Tim Maia, Bob Laô, Armando Sá/Miguel Brito, Jerônimo/Vevé Calazans, Dito, Jorge Benjor, Carlinos Cor das Águas, Waltinho Queiroz, Lula Gazineu, Raimundo Sodré, Alceu Valença, Missinho, Marina Lima, Tavinho Moura/Fernando Brant, Accioly Neto, Ze Keti, dentre muitos outros, além de composições de integrantes do grupo.
    Como informações complementares, o PAROANO já se apresentou no Memorial da América Latina (SP), Micreta de Conquista (BA), Abertura do Carnaval de Salvador (BA), em Congressos, Formaturas, Casamentos e em eventos particulares.
    O seu repertório reúne mais de 700 composições e, atualmente, conta com 16 integrantes, com todos cantando e executando algum instrumento.

    ResponderExcluir