terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Você sabia?

A Banda Sinfônica da UFBA foi fundada em 1980?

O nome axé music foi dado pelo jornalista e critico de musica Hagamenon Brito em 1987?

Que o samba reggae é fruto da fusão do samba tradicional e reggae jamaicano, nasceu na década de 80?

Que o samba reggae foi criado e introduzido no carnaval de Salvador pelo Neguinho do samba em meados de 80?

Reportagem: Aos 25 anos, axé perde espaço na Bahia

Reportagem: http://diariodovale.uol.com.br/noticias/0,18386.html#axzz1n2cLB2uT


MÚSICA
Aos 25 anos, axé perde espaço na Bahia 
Publicado em 15/3/2010, às 10h39 

Foi Luiz Caldas quem inaugurou a axé music em 1985 com o sucesso de "Fricote''. A música do cantor, da qual até hoje ninguém conseguiu esquecer o refrão ("Nega do cabelo duro, que não gosta de pentear...''), é considerada o marco zero do gênero baiano.
Neste ínterim de 25 anos, assistimos a uma lucrativa indústria se formar em torno do axé e do Carnaval - fora de época ou não -, alçando seus artistas entre os mais populares e lucrativos da música brasileira. Enquanto isso, o gênero cresceu para além de Salvador, se espalhando pelo Brasil e para fora dele. Mas, em um movimento inverso, perdeu espaço dentro da Bahia para outros gêneros.
- A axé music era avassaladoramente a mais executada, a mais ouvida, a mais pedida. Ela perdeu espaço nas ruas - defende Milton Moura, professor de história da Universidade Federal da Bahia e estudioso do gênero.
- No auge, nos anos 90, quando vendia milhões de cópias, o axé era 90%. Os outros gêneros eram muito poucos. Hoje, está mais equilibrado -  afirma o jornalista do "Correio'' da Bahia Osmar Martins, que já visitou dez países acompanhando shows de artistas de axé.
- Mas ele ainda é tocado o ano inteiro e, quando chega o Carnaval, ganha uma dimensão maior - diz.
Moura cita o crescimento de gêneros como o arrocha - um "bolerão popular'' -, o pagode baiano - "um desdobramento do samba de roda, que se modernizou a partir dos anos 90'' - e o forró eletrônico como responsáveis pelo decréscimo - e não declínio, pontua - do axé dentro da Bahia.
- Quando outros ritmos populares começam a ficar importantes, o axé se sofistica, também através de conexões na MPB, procurando atrair um público de classe média de outros lugares - afirma Moura, lembrando o contingente de foliões de outros estados nos blocos de Salvador no Carnaval.
Carlinhos Brown, por exemplo, assinou parcerias com Paralamas do Sucesso, Marisa Monte e Arnaldo Antunes, além de se enveredar pela música caribenha. Daniela Mercury gravou composições de Lenine e Chico César e flertou com a eletrônica.
- A Ivete diz que é uma cantora de axé. Mas se você ouve "Pode Entrar'' (disco com convidados como Marcelo Camelo a Maria Bethânia), é uma cantora pop - completa Martins.
- Os nomes mais importantes hoje são aqueles que fazem sucesso fora da Bahia - defende Moura.
Para o crítico musical Hagamenon Brito, que cunhou o termo "axé music'', esta geração de cantores é "envelhecida'', citando o Ásia de Águia, que como o Chiclete com Banana, começou nos anos 80.
- Os ídolos de hoje são os mesmos dos anos 90 - diz Moura.
Hagamenon completa:
- Para o tamanho da indústria, a renovação é pequena. Surgem novos nomes, que não viram estrelas.
A última a se tornar uma delas, entre vários outros artistas de poucos carnavais, Claudia Leitte tateia sua identidade musical, mas já bem diferente daquele que Luiz Caldas construiu nos anos 80.
Eclético, gênero baiano nasce da fusão de estilos
Chamado de gênero, o axé acaba por extrapolar os limites dessa designação.
- São diversos estilos musicais. É um tipo de repertório - defende o professor Milton Moura, da UFBA, que cita o Carnaval e a exaltação da identidade baiana até os anos 90, como os denominadores comuns da cena.
- Tem canções de axé que são marchas, outras são próximas do samba dos blocos afros. Um reggae pode ser tocado como axé music - afirma.
- Ele é uma cena, não é um ritmo. É muita coisa, misturou-se muito - afirma o jornalista Osmar Martins. Para Daniela Mercury, o axé é uma vertente dançante da MPB, que bebeu no galope, no samba-reggae, no samba de roda e até no rock.
E esse sincretismo musical foi a base do primeiro sucesso do axé, "Fricote'', do disco "Magia'' (1985), de Luiz Caldas.
Na época, o cantor tocava em bailes da Bahia, "de Jackson Five a Pink Floyd'', e dava seus primeiros passos no Carnaval.
- Mas a música tocada era o frevo pernambucano e o galope ligado a São João. Eu não queria fazer uma coisa só - diz Caldas, 47.
O cantor então uniu sua bagagem de bailes aos ritmos do Carnaval.
- Ele é o primeiro artista pop desse universo - diz Daniela, que prepara um documentário sobre os 25 anos do gênero.
Moura chama a atenção para o fato de Caldas, assim como Gerônimo, outro pioneiro do axé, continuar a lançar discos e a fazer shows na Bahia.
Já Martins argumenta que os dois, assim como Sara Jane (do sucesso "A Roda''), não conseguiram continuar em evidência justamente pelo seu pioneirismo.
- A chamada segunda geração do axé, de Daniela, já pegou um mercado que estava se formando. Eles tiveram uma visão profissional e souberam se manter até hoje - diz.
- A Bahia se profissionalizou - completa Ivete Sangalo.
Entre novos nomes do gênero, Ivete cita as bandas Psirico, de Márcio Victor, e Parangolé, do hit "Rebolation'', como nomes fortes do samba e pagode baiano. Lembra ainda do cantor Tomate, "uma grande voz e um showman'', também citado por Martins, além de Mariana Assis, vocalista da Banda Mina.
Moura também destaca Márcio Victor e o Psirico.
- Ele criou um tipo de bloco que é ao mesmo tempo axé music, pagode, groove, música eletrônica. Ele faz arranjos muito bem feitos, misturando tudo com tudo.
O vocalista tem uma longa carreira como percussionista na Bahia: tocou com Araketu, Timbalada, Daniela Mercury e Ivete Sangalo (na Banda Eva e no começo da carreira solo da cantora) e gravou disco de Carlinhos Brown. Por oito anos, fez parte da banda de Caetano Veloso. Participou de cinco discos do cantor e das respectivas turnês desses álbuns.
Márcio Victor, no entanto, acha que o Psirico pende mais para o pagode baiano do que para a axé music, confundindo as ainda mais tênues fronteiras da cena.
- Eu me considero um sambista.



quarta-feira, 30 de novembro de 2011

A música na Bahia dos anos 80

História da musica nos anos 80 na Bahia, como era o cenário musical, os cantores e seus sucessos e os fatos que mais se destacaram nesta década.


Anos 80 e 90 é com vocês Saul Barbosa, Roberto Mendes, Jorge Portugal, Raimundo Sodré o caminho da tradição. Carlinhos Brown lava a alma do gueto, Daniela Mercury é o Canto da Cidade, Luiz Caldas faz um Fricote, e Vevé Calazans com Gerônimo homenageiam a terra dos orixás, É D’Oxum.




Okanbí (1982) - Comandado por Jorjão Bafafé, o bloco afro surgiu com a influência do ritmo ijexá. Jorjão é um precussionista famoso por suas experimentações e dentre seus alunos está Márcio Victor da banda Psirico.

Didá (1993) - Criada por Neguinho do Samba, trouxe a novidade do feminino na percussão e a batida rítmica do samba – reggae, do qual foi o percusor.

Timbalada (1993) - Criada por Carlinhos Brown, discípulo do mestre Pintado de Bangô, o bloco possui um ritmo mais eclético, nascido da batida do samba – reggae, mas com a novidade da introdução dos timbaus.

Okanbí (1997) – O bloco mudou de estilo e passou adotar como ritmo predominante a experimentação do mestre Jorjão Bafafé, que misturou a salsa latina com a batida das escolas de samba e criou o ritmo denominado afro – cubano.

Fonte:  Jornal A Tarde e www.luizamerico.com.br/news/index.php?sec=ext&act=read&id=MZn9016015ee9